A Unoesc sediou nesta terça-feira (21) o Fórum de Sustentabilidade, evento voltado a gestores e lideranças públicas e sociais, empresários, profissionais e estudantes da região e do estado. A programação iniciou pela manhã, com uma palestra sobre o futuro das cidades, e seguiu até o final da tarde, com uma consulta pública da Global Reporting Initiative (GRI), organização não-governamental internacional que cria e difunde diretrizes e indicadores para a elaboração de relatórios de sustentabilidade.
O futuro das cidades
A palestra realizada durante a manhã foi ministrada pelo professor Joaquim Filipe Ferraz Esteves de Araújo, Doutor em Administração Pública e professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho (Portugal).
Focando o tema “O futuro das cidades”, o pesquisador falou sobre as grandes tendências mundiais no que tange às estratégias empresariais e governamentais; listou as que considera mais importantes e algumas estratégias alternativas para que os países possam ultrapassar seus desafios e aproveitar as oportunidades apresentadas pela grandes tendências. Também citou alguns desafios comuns a qualquer cidade, estado ou nação, como a migração populacional para o meio urbano, questões econômicas, problemas ambientais e sociais, entre outros.
As pessoas são muito individualistas. Isso tem relação com a forma como se relacionam entre si e com a forma como os governos e as empresas se relacionam com a sociedade – afirmou.
Filipe ainda apresentou algumas das estratégias que são usadas na União Europeia para superar os grandes desafios impostos pela crise econômica. Ele reforçou que, em qualquer situação, as estratégias precisam passar pela capacidade de liderança, pela articulação entre os vários atores sociais, pela proatividade e pela interatividade.
Consulta pública da GRI
A GRI é uma ONG internacional que atua no mundo inteiro, por meio de uma rede de pessoas de várias áreas profissionais. Essa organização criou e atualiza periodicamente o padrão mais aceito no mundo para elaboração de relatórios de sustentabilidade.
O padrão GRI, como é chamado, já é usado por grandes empresas de todo o mundo, cerca de 200 delas do Brasil, e em alguns países também por organismos públicos, que o utilizam para a própria gestão e para o estabelecimento de políticas direcionadas às organizações empresariais. A tendência, segundo Glaucia Terreo, diretora da GRI no Brasil, é de que aos poucos a metodologia se dissemine, seguindo a cadeia de negócios.
Segundo ela, as empresas geralmente produzem relatórios financeiros para acompanhar seu desempenho, mas esses documentos precisam ser complementados com informações socioambientais, já que são usados como referência para a tomada de decisão em questões como a gestão de pessoas e de recursos ambientais e para a relação da empresa com a sociedade. E esses são exemplos de áreas que precisam de perspectivas mais abrangentes do que a financeira para serem gerenciados adequadamente.
– Essa metodologia [o padrão GRI para elaboração de relatórios de sustentabilidade] facilita o processo de inserção das dimensões socioambientais na gestão do negócio – afirma Gláucia.
O workshop que ocorreu na Unoesc é um dos 10 que ocorrerão no Brasil, sendo o único de Santa Catarina. Outros três já foram realizados, no Recife, em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Os próximos serão em Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Cuiabá, Salvador e Brasília. Eles servem para discutir aspectos que serão alterados ou acrescentados à versão atual do modelo de relatório da GRI, entre elas remuneração e sucessão na governança corporativa, cadeia de fornecedores e forma de gestão.
A programação da tarde também teve a participação do superintendente de Administração e Finanças da Celulose Irani e vice-presidente da Acioc Mircon Becker e, da coordenadora de Sustentabilidade da Celulose Irani, Mariana Regensburger Carlesso. Mircon mediou a apresentação feita pela diretora da GRI e Mariana apresentou o Relatório de Sustentabilidade da empresa, que segue o padrão GRI e, na edição de 2009, já foi eleito o terceiro melhor do Brasil em uma pesquisa realizada pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável e pela ONG Sustainability, de Londres.
Realização
O Fórum de Sustentabilidade foi realizado pela Unoesc, com o apoio da Associação Comercial e Industrial do Oeste Catarinense (ACIOC), da Associação dos Municípios do Meio-oeste Catarinense (AMMOC), da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Joaçaba, do Sebrae, da Celulose Irani, da RBS TV, da própria GRI e da Associação dos Amigos de Joaçaba, Herval d’Oeste e Luzerna.
A abertura teve a participação de representantes de todas essas entidades e do prefeito de Joaçaba, Rafael Laske. Os pronunciamentos de abertura foram feitos pelo presidente da ACIOC, Jorge Tennenberg, pelo secretário de Estado da SDR Joaçaba, Jair Lorensetti, pela presidente da AMMOC, Nelci Fátima Trento Bortolini, e pelo Reitor da Unoesc, Aristides Cimadon.
O evento também contou com a participação de dirigentes e representantes de mais de 70 entidades de todas as regiões de Santa Catarina, entre empresas de grande, médio e pequeno porte, sindicatos patronais e de trabalhadores, entidades empresariais e sociais, universidades, Fiesc, Instituto Euvaldo Lodi (IEL), UFSC, dentre outros.
